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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

11 # Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar

Avô,
esta será a segunda vez que escrevo para ti, desde que partiste.
A primeira vez que o fiz foi dia 7 de Fevereiro de 2009, senti aquela necessidade de o fazer… E a data não foi um mero acaso, foi um dia depois do meu aniversário de 18 anos, um dia após a tua morte passados 4 anos… Foi essa data que fez a tua partida me marcar tanto, partiste no dia dos meus anos, praticamente a hora em que eu nasci, uns minutos depois… O meu Mundo naquele dia ruiu, caiu aos meus pés e eu perdi todas as forças, porque me senti tão mal por não te ter tentado ajudar, senti-me mal por não ter falado com ninguém e não ter dito o que achava que se estava a passar de errado. E agora, se fosse hoje, eu faria tudo diferente… Eu teria te salvo, porque era isso que os teus olhos me pediam de cada vez que eu te via, era isso que a tua mão transmitia de cada vez que apertavas a minha, e eu sei que não estou enganada, porque sempre que penso nisso o meu coração fica apertadinho e sinto um vazio.
Mas o vazio não existe, o vazio está preenchido porque tu o preenches… Eu sei que estou a usar o “tu” e não o “você” , mas isso não significa falta de respeito, mas sim uma enorme proximidade. Muitas vezes eu sinto a tua presença e ouço vozes, conselhos e palavras de calma, elas não são da minha cabeça, eu sei que estás comigo em todos os momentos a observar-me ai de cima, a tentar que eu não cometa erros e que não me magoe. E tantas vezes te peço para que faças as coisas darem certo, porque é isso que quero. Tenho pena avô , tenho pena que nunca me tenho conhecido como uma mulher apaixonada e que traça planos com outra pessoa, que tem um objectivo de vida e que encontrou a alma gémea, tenho pena que enquanto foi vivo não viu isso, porque eu sei que um dos seus maiores desejos, com certeza, era ver-me a casar, era poder brincar com os meus filhos . As vezes as coisas na vida não são como desejamos, mas… porque existe sempre um mas, um sinal de esperança e uma luzinha brilhante que nos indica o caminho, devemos lutar… Porque muitas perdas que soframos, por muitas pedras que nos sejam atiradas e foi isso que tirei da sua partida… Aprendi como é o sentimento de ver partir alguém assim quase do nada e aprendi como a vida é curta e temos de a aproveitar, junto daqueles que mais amamos e que mais nos amam.
Havia muita coisa que gostava de poder dizer, neste momento peço-lhe que cuide de mim e daqueles que estimo e que não deixe que nada de mal me aconteça.
Eu sei que me está a observar neste momento, dai o meu sorriso ter sido esboçado e as minhas lágrimas se terem apagado. Siga todos os meus paços, mas descanse em paz … Um dia vamos voltar a encontrar-nos, porque os verdadeiros sentimentos são indestrutíveis.
As palavras não são muitas, mas são as suficientes neste momento.
Com muito amor, Andreia.





3 comentários:

Joana disse...

amei querida.

Dani disse...

obrigada fofinha obrigada mesmo $:

Sofia disse...

Eu adoro-a!
E é "engraçado" porque eu tb a associo à minha avó materna que tb já faleceu.
Até fiquei com os olhinhos coisos.
No dia em que aconteceu, esta deve ter sido a música que mais ouvi. :/ E já foi há uns 5 anos.